Organizações Sociais da Educação em Goiás: projeto de governo e resistência de estudantes e professores (2015-2018)

En 19/04/20 13:25 Actualizado en 25/04/20 14:29

Resumo: A presente pesquisa visa produzir uma história da tentativa, por parte do Governo de Goiás, de transferência da gestão das escolas da rede básica de ensino estadual para as Organizações Sociais da Educação durante o período de 2015 a 2018. Para tanto, este projeto amplo pretende reunir diferentes pesquisas que versam tanto sobre o projeto do governo quanto sobre a resistência produzida por estudantes e professores. Nossa principal hipótese é que o enfrentamento produzido em Goiás assume, além dos traços locais, características nacionais e mundiais próprias de um tempo marcado pela chamada globalização da crise. Deste modo, pretendemos nos debruçar sobre o processo de elaboração do projeto do governo, que envolveu participação de instituições como o Itaú Unibanco e o Banco Mundial, bem como apresentou tensões internas entre as secretarias do governo do Estado. A resistência produzida por professores e estudantes também deve ser analisada, levando em consideração os diferentes atores. Nossa hipótese é que ela também apresenta características comuns aos movimentos de resistência produzidos globalmente por setores precarizados da juventude e que no Brasil teve como marco as revoltas de junho de 2013. A crise do sindicalismo fordista e a precarização das relações de trabalho têm impulsionado o surgimento de novos atores e novas formas organizacionais de luta, marcadas pela crítica aos modelos burocráticos de organização. Queremos desenvolver uma análise sobre o papel da imprensa e suas diferentes representações, bem como a apropriação das mídias alternativas pelos manifestantes. Também nos interessa perceber o papel dos diferentes órgãos do Estado, como, por exemplo, do Ministério Público. e as características da repressão ao movimento. Nossa hipótese é que a repressão local também assume um modo mais autoritário, com características não existentes anteriormente, e que se vincula a um avanço do autoritarismo em nível nacional e global.

Coordenador: Prof. Dr. Rafael Saddi.